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quarta-feira, 21 de abril de 2010

UMA GRANDE TRAIÇÃO


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Uma Grande Traição
Publicado em 1/27/2002
Escrevo esta na Eslováquia, onde acabei de chegar depois de uma viagem de um dia inteiro de trem através da República Tcheca. Ruth e eu estamos na Europa numa excursão de pregação, a qual primeiro foi realizada através da Alemanha, Áustria e Suíça, de carro. Começamos em Augsburgo, Alemanha, num companheirismo com amados crentes conhecidos através de oficiais militares da Inteligência Americana, lotados próximo dali, durante a Guerra Fria. Nossos corações ficaram grandemente comovidos ao visitar mais uma vez partes da Europa onde a Reforma começou e onde tantos foram martirizados pela “fé uma vez entregue aos santos”(Judas 3).

Durante mil anos antes de Lutero a Europa sofreu perseguições, queimas e afogamentos de Cristãos evangélicos, que jamais foram Católicos e ainda não eram chamados Protestantes. Este termo seria anexado somente mais tarde àqueles excomungados da Igreja por protestarem contra suas maldades. O movimento entre sacerdotes e monges exigindo um retorno à Bíblia começou muitos séculos antes de Lutero. Prisciliano, bispo de Ávila, poderia ser chamado o primeiro Reformador. Falsamente acusado de heresia, bruxaria e imoralidade por um Sínodo em Bordeaux, França, em 384 d.C. (sete de seus escritos refutando estas acusações foram recentemente descobertos na biblioteca da Universidade de Wurzburgo na Alemanha), Prisciliano e seis outros foram degolados em Trier, em 385 d.C. e a este, muitos martírios se seguiam. Passando rapidamente para os anos 1300, John Wycliff, “a estrela da manhã da Reforma”, se destacou pela autoridade das Escrituras, traduzindo-as e publicando-as na Inglaterra, e pregando e escrevendo contra as maldades dos papas e contra a transubstanciação. Jan Hus um fervoroso sacerdote católico e reitor da Universidade de Praga, foi influenciado por Wycliff. Excomungado em 1410, Hus foi queimado na estaca como “herege”, em 1415, pelo crime de convocar uma Igreja corrupta à santidade e à autoridade da Palavra de Deus.

Esses pré-reformadores montaram o palco para a Reforma de Lutero. O próprio Lutero disse: “não somos os primeiros a declarar que o papado é o reinado do Anticristo, visto como durante anos antes de nós, tantos e tão grandes homens... encarregaram-se de expressar tão claramente a mesma coisa...” Por exemplo, num total concílio realizado em Rheims no século 10, o Bispo de Orleans chamou o papa de Anticristo. No século 11 Roma foi denunciada como a “Sé de Satanás” por Berenger de Tours. Os Valdenses identificaram o papa como o Anticristo, num tratado do ano 1100 d.C. intitulado “a Nobre Lição”. Em 1206 uma conferência albigense apontou o Vaticano como a mulher “embriagada com o sangue dos mártires”, o que ela tem continuamente provado ser.

Provocado pela licenciosidade que viu no papa e no clero em Roma, e pela venda de indulgências como bilhetes de passagem para o céu (financiando a construção da Basílica de S. Pedro), no dia 31 de outubro de 1517 Lutero pregou sua Disputa sobre o poder e eficácia das indulgências (conhecida como as 95 Teses), no portão da Igreja do Castelo, em Wittenberg. Cópias traduzidas do original em Latim, foram amplamente distribuídas, incitando o debate através de toda a Europa, sobre a venda de perdão dos pecados.

Augsburgo teve uma significação especial para nós porque é único na história. No dia 12 de outubro de 1518, detido e convocado a Roma por ordem do Papa Leão X, Lutero foi conduzido até Augsburgo para ser julgado diante do Cardeal Cajetan. Tendo sido recusado um tribunal imparcial, Lutero fugiu durante a noite para salvar a vida. No dia 3 janeiro de 1521, uma bula formal foi emitida pelo papa enviando Lutero para o inferno se ele não se retratasse. Convocado pelo imperador, que garantia sua segurança, Lutero apareceu diante do Tribunal Imperial na Dieta de Worms, em 17 de abril de 1521. Instado a retratar-se de seus escritos, Lutero replicou:

Estou submisso às Escrituras que citei e minha consciência está cativa da Palavra de Deus. Não posso e não quero me retratar de coisa alguma... não posso agir de outro modo; aqui estou; que Deus me ajude...

Considerado agora como um fora da lei pelo edito do papa, Lutero fugiu novamente e foi “raptado” no caminho de volta a Wittenberg por amigos que acharam seguro escondê-lo de Wartburgo. A partir daí ele espalhou mais “heresia” através de escritos que abalaram ainda mais toda a Europa. Lutero insistiu sobre a autoridade final da Bíblia. Rejeitou a justificação diante de Deus através de rosários, peregrinações, orações aos santos, escapulários, medalhas, crucifixos, ou obras meritórias de qualquer espécie. Rejeitou a missa como sacrifício propiciatório, insistindo em que ela era apenas uma memória do completo sacrifício de Cristo no Calvário. Inconsistentemente, contudo, enquanto proclamava a fé independente de obras, ele reteve a crença no batismo como essencial à salvação e eficaz para as crianças que obviamente são incapazes de ter fé.

A determinação de Roma em eliminar a heresia luterana, conforme expressa na segunda Dieta de Speyer, em março de 1529, levou uma porção de príncipes independentes a assegurar o direito de viver conforme a Bíblia. Eles expressaram esta firme resolução no famoso “Protesto” de 19 de abril de 1529, de onde se originou a palavra “protestante”.

A Dieta Imperial foi realizada em Augsburgo para um completo exame das heresias protestantes. A Confissão de Augsburgo (composta por Melancton, de acordo com Lutero) foi lida em 25 de junho de 1530, diante de 200 dignatários da Igreja e do estado. Lutero não se atreveu a comparecer. A Confissão, condenada por Roma, tornou-se fundamental ao Luteranismo, desde então. Inacreditavelmente líderes luteranos têm se juntado a Roma, traindo desse modo as legítimas verdades pelas quais Lutero tanto sofreu.

Em Augsburgo, dia 31 de outubro de 1999 (“coincidentemente” o dia exato em que Lutero pregou, em 1517 publicamente suas teses no portão), representantes da Federação Luterana Mundial “FLM” e da Igreja Católica Romana assinaram uma Declaração Conjunta sobre a Justificação (JD), neutralizando antigas diferenças. Manchetes como “declaração conjunta termina virtualmente com o argumento da Reforma” apareceram no mundo inteiro. Lutero estava errado, afinal de contas. A data (31/10) e o lugar (Augsburgo) da assinatura da declaração conjunta parece ter sido deliberadamente escolhida para enfatizar que a Federação Luterana Mundial renunciava às convicções de Lutero. Roma finalmente se vingara.

Num conselho prévio de 49 membros da Federação Luterana Mundial o voto unânime foi para a aceitação da Declaração Conjunta. A Igreja Evangélica Luterana na América presidida pelo bispo H. George Anderson, (vice-presidente da Federação Luterana Mundial) levou o conselho a cantar “Agora todos agradecemos ao nosso Deus”. O Arcebispo sueco K.G. Hammar chamou aquele de “um grande dia para o mundo Luterano”. De fato, o que poderia ser maior do que renunciar à Reforma e desacreditar Lutero?

A Declaração Conjunta foi fruto de 30 anos de diálogo entre teólogos luteranos e católicos. Se a justificação pela fé em Cristo fosse complicada desse modo, quem poderia ser salvo? Quando o carcereiro de Filipos gritou “senhores, que devo fazer para ser salvo”? Paulo não respondeu: “você pode esperar 30 anos enquanto eu lhe respondo?” Ele disse apenas: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo”(Atos 16:31). O evangelho bíblico não permite qualquer diálogo” teológico.

Ao assinar a Declaração Conjunta os Luteranos se renderam. Os Católicos não mudaram coisa alguma. O Vaticano tem se recusado a anular qualquer um dos cem anátemas {proferidos contra os protestantes}, ainda em efeito contra todos aqueles que proclamam a justificação exclusivamente pela fé em Cristo, sem os sacramentos da Igreja Católica Romana. Contudo, a Declaração Conjunta engana tanto os Protestantes como os Católicos, levando-os a crer que a Reforma surgiu de um ligeiro mal entendido do verdadeiro Catolicismo.

Inegavelmente, a crença e a prática de um bilhão de católicos romanos espalhados ao redor do mundo (ignorados pela Declaração Conjunta) permanecem exatamente como sempre foram. O fato é que a linguagem cuidadosa, complexa e teológica da Declaração Conjunta não significa coisa alguma. Os católicos continuam “rezando” a Maria por salvação, e ainda acreditam que os “méritos e graças de Cristo ganhos na cruz” podem ser recebidos apenas em pequenas proporções, que nunca salvam totalmente e que só podem ser conseguidos através dos sacramentos da Igreja. Eles {os católicos} ainda se flagelam e praticam boas obras e sofrimento, a fim de obter a salvação.

Aqui em Presov, Eslováquia, onde tivemos nossa última reunião, visitamos o monte “Calvário” de onde se descortina a cidade. “Calvários” semelhantes são encontrados através do país. No topo do monte existe uma antiga igreja ortodoxa e para se chegar até lá há uma senda tortuosa com degraus passando por uma quantidade de santuários de vários “santos”. Em dias santos especiais, milhares de fiéis católicos e ortodoxos sobem até o monte, muitos deles de joelhos. As pedras não são lisas nem a estrada cimentada, como acontece continuamente na travessia de joelhos até Fátima, em Portugal e outros santuários. O caminho de sofrimento de Presov é feito de pedras ásperas e me horrorizei ao pensar nos joelhos sangrentos e esfolados penosamente suportados a fim de ganhar o céu, ilusão promovida e abençoada pela Igreja. A prática de conseguir “salvação” dos católicos atuais, no mundo inteiro, é exatamente aquela da Idade Média.

Os católicos ainda usam escapulários e medalhas para abrir os portões do céu e confiam na Santa Madre para oferecer missas após sua morte, a fim de livrá-los do purgatório. Eles ainda rezam aos “santos”, tais como o Padre Pio, que eles acreditam ter sofrido para pagar os pecados alheios e assim redimido multidões através do estigma que suportou durante quarenta anos. De fato muitas centenas de milhares de fiéis lotaram a Praça de São Pedro, em 03 de maio de 1999, quando João Paulo II beatificou o Padre Pio. Este é o mesmo catolicismo praticado durante 1500 anos, sem mudança alguma pela Declaração Conjunta ou ECT. Querendo ou não, os evangélicos que assinaram esse documento estão endossando essas práticas pagãs e encorajando um bilhão de católicos numa falsa esperança.

A prática exata de oferecer indulgências (que abriu os olhos de Lutero para a maldade do evangelho de Roma, por ele denunciada, e contra a qual ele laborou tão diligentemente) continua sendo parte vital e oficial do catolicismo – fato estranhamente ignorado pela Declaração Conjunta e a ECT. Mesmo enquanto as negociações luterano-católicas estavam sendo finalizadas, o papa estava prometendo mais indulgências para o ano 2000. O objetivo principal das indulgências é abreviar o tempo e reduzir as penas no purgatório, uma falsa doutrina freqüentemente apoiada por João Paulo II. Por exemplo, no Vaticano, em 04 de agosto de 1999, o papa explicou novamente que “não podemos nos aproximar de Deus (isto é, entrar no céu) sem sofrer uma espécie de purificação, (através do sofrimento pessoal de alguém, adicionado ao que Cristo sofreu na cruz). Todo o traço de ligação com o mal deve ser eliminado, toda a imperfeição da alma, corrigida... e de fato isto é precisamente o significado do ensino da Igreja sobre o purgatório. Aqueles que assinaram a Declaração Conjunta e a ECT (proclamando os católicos como “irmãos cristãos”) foram feitos de bobos.

Na véspera do Natal de 1999, João Paulo II abriu uma “porta sagrada” em São Pedro (e subseqüentemente em três outras basílicas de Roma), através das quais os peregrinos vindos de todo o mundo estiveram andando, a fim de ganhar o perdão de pecados. A Igreja se gaba de que esta prática foi iniciada em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII. Na “Unam Sanctam”, de 1302, uma Bula infalível ainda em vigor até hoje, Bonifácio tornou a obediência absoluta ao papa como uma condição de salvação. Sobre isso a Declaração Conjunta e a ECT estão também cegos e mudos.

Bonifácio era tão mau que Dante o sepultou nas maiores profundezas do inferno. Uma mãe e sua filha eram simultaneamente suas amantes. Assassinando seis mil habitantes, ele destruiu completamente a bela cidade de Palestrina com toda a sua arte e estrutura histórica datada da época de Júlio César, e a reduziu a um campo arado onde mandou espalhar sal. E por que? Simplesmente porque os Colonas de Palestrina havia se tornado inimigos do papa, o qual ofereceu indulgências (sim, indulgências a todos aqueles que ajudaram a destruí-los). João Paulo II deve saber de tudo isso e, contudo, ele e sua Igreja traçam sua suposta “sucessão apostólica” através de tais papas monstros, dos quais Bonifácio não foi de modo algum o pior.

A Reforma deixou uma estrutura de igrejas estatais (católicas e luteranas) através da Europa, cujos pastores e sacerdotes recebem seus salários do estado, pagos através dos impostos de todos os cidadãos, fato que só aumenta o ressentimento contra o “Cristianismo”. A Eslováquia logo assinará concordata com o Vaticano dando à Igreja Católica especial status, privilégios e influência. Recentemente uma peregrinação de líderes estaduais e religiosos liderada pelo Presidente Rudolf Schuster da Eslováquia foi até Roma para uma audiência com o papa. Os delegados ajoelharam-se diante dele e alguns beijaram-lhe o anel. Dentre os delegados estavam os líderes da União Batista e de outras supostas igrejas evangélicas. Minha primeira reunião em Presov deveria ter sido realizada no local da Igreja Apostólica. Ao chegar lá fomos informados de que a reunião havia sido transferida para a Capela do Calvário, visto como o pastor apostólico, que havia me convidado, tinha sido demitido ao expor o falso evangelho de Roma.

Os Reformadores e seus credos e os mais recentes defensores da fé, tais como Spurgeon e D.M. Lloyd Jones, têm consistentemente chamado os papas de anticristos. Não que papa algum jamais tenha sido alguma vez o Anticristo, governador político mundial de Satanás. Mas os papas sempre têm sido a antítese de Cristo. O papa é recebido por presidentes, reis e primeiros ministros e ovacionado por milhões, onde quer que ele vá; enquanto isso Cristo foi zombado por uma multidão gritando: “fora com ele, crucifica-o”. Cristo possuía apenas um manto sobre o qual dormiu no chão antes de ser crucificado, porque não possuía casa; o papa tem centenas dos mais custosos mantos de seda bordados de ouro, e reside em mais de um palácio, dois dos quais com mais de 1.100 aposentos cada. Cristo dá a salvação como um dom gratuito, que ele pagou completamente através de seus sofrimentos na cruz; o papa declara que a salvação parcial é dada através do sacrifício de Cristo sobre os altares de Igreja Católica Romana (milhares de vezes diariamente). O contraste entre Cristo e o seu professo “vigário” não poderia ser maior.

Há uma traição, não apenas contra as convicções de Lutero e da Reforma pelos líderes Luteranos, mas contra Cristo e o evangelho, pelos líderes evangélicos. Foi com o coração partido que vimos a apostasia e a profanação onde os mártires morreram aos milhões para preservar um evangelho, o qual agora está sendo negado, não apenas pelo seus descendentes incrédulos, mas pelo líderes das igrejas que professam Cristo. O tempo está se esgotando, contudo ainda não é tarde demais para resgatar aqueles que desejam conhecer a verdade. Que Deus nos conduza até eles, em toda parte.Fonte:www.jesussite.com

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