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Cinco Razões Para Não Assistir A Paixão de Cristo Publicado em 6/3/2004 Em 25 de fevereiro de 2004 a Icon Films, lançou o tão esperado filme de Mel Gibson "A Paixão de Cristo". A data do lançamento foi deliberadamente escolhida para coincidir com dia santo Católico Romano de Quarta-Feira de Cinzas, e é indicativo do fato de que para Gibson, seu filme é mais uma obra de devoção do que um empreendimento lucrativo. Em uma entrevista para a Rede de Televisão Católica Romana EWTN, Gibson candidamente declarou por que este filme é tão diferente de todos os seus outros filmes, "Ele reflete minhas crenças – Eu nunca fiz isto antes."(1) Ele também é completamente franco sobre seu desejo de ver seu filme utilizado para evangelismo pelo mundo inteiro. Muitos Evangélicos notáveis incluindo James Dobson e Billy Graham têm também se apresentado para endossar "A Paixão de Cristo" e recomendar seu uso como uma ferramenta de ensino. Presentemente, "A Paixão de Cristo" está sendo conduzida sobre uma grande onda de suporte de âmbito nacional de Evangélicos e Católicos Romanos, com muitas bem conhecidas congregações Evangélicas, tais como a Igreja Saddleback do mais vendido autor e pastor Rick Warren que comprou 18.000 (dezoito mil) ingressos em sete cinemas, fazendo todo o possível para assegurar que "A Paixão de Cristo" seja um sucesso estrondoso entre cristãos e "seekers." Expressando a visão amplamente sustentada entre os defensores do filme, Lisa Wheeler, editora associada do Catholic Exchange, um portal web dedicado ao evangelismo católico, disse ao Atlanta Journal-Constitution: "Esta é a melhor oportunidade de evangelização que nós tivemos desde a morte real de Jesus." (2) Mas, deveriam os evangélicos apoiar "A Paixão de Cristo" e endossar sua utilização como uma ferramenta de evangelismo? Esta é verdadeiramente a melhor oportunidade de evangelização desde a morte real de Jesus? Após cuidadosa consideração, minha conclusão é um inequívoco "Não". Aqui estão portanto cinco razões pelas quais eu creio que os Evangélicos não deveriam ver ou recomendar "A Paixão de Cristo". 1) Sua Origem: Mesmo que Evangélicos estejam promovendo "A Paixão de Cristo", ele não é um filme evangélico. Como Mel Gibson, um devoto Católico Romano, afirma muito claramente: "Ele reflete minhas crenças." "A Paixão de Cristo" é um filme Católico Romano, feito por um diretor Católico Romano, com orientadores teológicos Católico Romanos, e que ganhou o endosso do papa João Paulo II que disse após assisti-lo: "Ele é como foi." (4) Isto está em marcante contraste como o filme "Jesus", que é declaradamente Protestante e Evangélico em sua produção e mensagem e que foi amplamente utilizado na evangelização de Católicos Romanos. E é basicamente por esta razão que o filme "Jesus" não foi utilizado ou apoiado por Católicos Romanos. Em contraste, "A Paixão de Cristo" já tem provado sua eficiência como uma ferramenta de evangelismo para produzir conversões Católicas e encorajar a devoção Católica. "Em sua primeira entrevista em cadeia nacional sobre seu papel principal no tão esperado filme "A Paixão de Cristo," James Caviezel – o Jesus de Gibson – detalhou na sexta-feira a provação de filmar as cenas da Crucificação, observando que a experiência toda impeliu muitos no grupo a converterem-se ao Catolicismo." Caviezel relembra citando Gibson, "Eu acho que é muito importante que nós tenhamos missa todos os dias – pelo menos eu preciso para lidar com esse cara." "Eu senti que se eu tivesse que lidar com ele em necessitava [o sacramento] em mim. Assim [Gibson] providenciou isto." (5) 2) Seu Roteiro: Embora se pense amplamente que o roteiro do filme se baseia inteiramente no Evangelho Segundo João, este não é o caso. O roteiro para "A Paixão de Cristo" contem muito material do extra-bíblico, e é baseado em parte em um devocional místico Católico Romano, escrito por um Freira Alemã do século XVIII (Irmã Anne Emmerich), intitulado "A Dolorosa Paixão de Cristo." Gibson declarou no EWTN que ler o livro de Emmerich foi sua inspiração primária para produção do filme. A introdução de elementos do extra-bíblicos, não somente fazem "A Paixão de Cristo" mudar algumas ênfases teológicas do relato bíblico da crucificação de Cristo, mas também criará uma idéia falsa entre muitos dos "seekers" que os Evangélicos estão tentando alcançar, que certas coisas foram ditas e feitas na crucificação que na realidade aconteceram. Para os Evangélicos, que se sentiriam muito incomodados com uma versão da Bíblia que colocasse palavras na boca de Cristo que ele nunca falou, apoiar um filme que faz exatamente a mesma coisa parece inesperadamente inconsistente. Os Protestantes tradicionalmente rejeitam os Apócrifos precisamente porque esses livros foram fabricados e contêm material não autêntico, a despeito do fato de que eles poderiam ser úteis para o evangelismo. Para os evangélicos modernos, abraçar um veículo que não é autêntico, a fim de alcançar objetivos evangelísticos indica uma séria decadência na fidelidade. O roteiro de "A Paixão de Cristo" não somente adiciona coisas que não ocorrem na Bíblia, ele subtrai coisas que estão lá. Sendo a importante declaração "Seu sangue seja sobre nós e sobre nossos filhos" (Mateus 27.25), o exemplo mais conhecido disto. O roteiro para "A Paixão de Cristo" foi traduzido para o Aramaico e Latim pelo padre William Fulco, um velho amigo de Mel Gibson. Isto não foi feito objetivando torná-lo mais autêntico. (6) As decisões sobre a linguagem em "A Paixão de Cristo" foram tomadas por razões teológicas. "É crucial compreender que as imagens e a linguagem no âmago de "A Paixão de Cristo" fluem diretamente de dedicação pessoal de Gibson ao Catolicismo em uma de suas mais tradicionais e misteriosas formas da Missa Latina do século XVI. "Eu não vou a qualquer outra cerimônia," disse o diretor a Eternal World Television Network . "Eu participo do velho Rito Tridentino. Esta é o método que eu vi a primeira vez quando era uma criança. Assim eu penso que ele instrui o entendimento de alguém de como transcender a linguagem. Ora, inicialmente eu não entendia o Latim. ... Mas entendia o significado e a mensagem e o que eles estavam fazendo. Eu o entendia totalmente e ele era comovente e emocionante e eficaz, se posso assim dizer." O objetivo do filme é sacudir a moderna audiência pela impetuosa justaposição do "sacrifício da cruz com o sacrifício do altar – que são a mesma coisa," disse Gibson. Esta antiga união de símbolos e sons nunca deixou de ter sua forte influência nele. "Há", ele salienta, "uma grande quantidade de poder nestas linguagens mortas." Assim, a escolha aparentemente bizarra do Latim e Aramaico foi realmente parte da mensagem."(7) O roteiro de "A Paixão de Cristo" foi especificamente planejado para ligar a crucificação de Cristo com o que os Católicos Romanos crêem ser o re-sacrifício de Cristo que ocorre na missa. Gibson planejou isto para mostrar-nos que o sacrifício da cruz e o sacrifício do altar (a missa) são a mesma coisa. Evangélicos Protestantes têm historicamente rejeitado a idéia de que Cristo possa ser sacrificado novamente e declaram isto "abominável." Falando do conceito de que a Crucificação e a missa são a mesma coisa, a Confissão Protestante de Westminster declara: "Neste sacramento, Cristo não é oferecido a seu Pai; nem de modo algum se faz algum sacrifício real, para remissão de pecados dos vivos ou mortos, mas somente uma comemoração daquele único sacrifício de si mesmo, feito por Ele, sobre a cruz, de uma vez por todas; e por Ele uma espiritual oblação de todo o possível louvor a Deus; Assim aquele sacrifício papista da missa (como eles o chamam) é odiosamente ofensivo sacrifício de Cristo, único sacrifício, a única propiciação por todos os pecados de seus eleitos."(8) 3) Sua Teologia: O comentário de Gibson sobre o sacrifício do altar e o sacrifício da cruz mostra a ligação indispensável neste filme entre a visão Católica do sacrifício de Cristo e a representação pictórica da Crucificação em "A Paixão de Cristo." O fato de que os Evangélicos o têm apoiado indiscriminadamente demonstra em grande medida o quanto o entendimento Evangélico Protestante sobre a morte de Cristo e os assuntos relacionados a Justificação foi deturpado desde a Reforma. Na teologia Católico Romana o intenso sofrimento físico da Crucificação de Cristo é o foco juntamente com a ênfase sobre sacrifício físico. Esta é uma das razões porque na iconografia Católico Romana nós temos tantas imagens relatando a dor física de Cristo e por que os crucifixos mostram-no ainda sofrendo sobre a cruz (o sacrifício da missa pretende que a declaração de Cristo que seu sacrifício está completo de uma vez por todas "está consumado" – João 19.30 – nunca realmente ocorre, e que seu sofrimento tem que ser constantemente repetido). Esta ênfase na agonia física de Cristo é repetida no material devocional Católico Romano, orações e, é claro, na Paixão de Cristo. A teologia da Bíblia contudo aponta-nos que a grande importância da crucificação de Cristo assenta-se não sobre seu sofrimento físico, mas em sua propiciação da ira de Deus de uma vez por todas (1 João 4.10). Para que não nos esqueçamos, o grande tormento que Cristo experimentou na cruz não foi causado pelos cravos pregados em sua carne, mas em ter ele sido feito "pecado por nós" e sofrer vicariamente a justa punição do Pai em nosso lugar. Mesmo o pior tormento físico infligido pelo Sinédrio e pelos Romanos sobre Jesus não foi nada em comparação a angústia de ter os pecados de todos os eleitos imputados a Ele e fazer total satisfação por eles. Satisfazer a justiça dos Romanos sobre a cruz foi comparativamente fácil, milhares de condenados homens e mulheres incluindo Spartacus e muitos dos Apóstolos fizeram isto, mas somente Cristo podia satisfazer a justiça de Deus. Também central ao evangelho cristão, mas ausente em "A Paixão de Cristo," é o conceito da ativa obediência de Cristo. Cristo não somente morreu pelos pecados de suas ovelhas sobre a cruz, mas estabeleceu a justiça delas pela Sua perfeita obediência a Lei de Deus. Somente se sua obediência passiva em morrer sobre a cruz e sua obediência ativa em guardar a Lei forem imputadas aos crentes, conforme 2 Co 5.21, que os crentes serão justificados perante o Deus Onipotente. "A Paixão de Cristo" não tem qualquer pretensão de ensinar a obediência ativa de Cristo, da qual a inteira noção é estranha a teologia Católico Romana. Portanto se os Evangélicos pretendem usar isto como uma ferramenta de ensino do Evangelho, eles precisam entender que na melhor das hipóteses eles estão ensinando somente meio Evangelho, e que a metade que eles estão ensinando é se apresenta defeituosa. O sacrifício de Cristo foi um glorioso evento no qual, de acordo com o plano de Deus, a total satisfação pelo pecado foi obtida por Cristo em favor de Seu povo (Atos 2.43). "A Paixão de Cristo" deixa-nos com uma visão do sacrifício de Cristo que é somente dolorosa (Dolorosa: cheia de aflição, tristeza, pesarosa, sombria, funesta) e que coloca em nítido relevo a noção Católico Romana não somente da importância da agonia de Cristo, mas daquele de Maria em "oferecer seu Filho." Em uma entrevista com Zenit, o Serviço de Notícias Católico Romano, padre Thomas Rosica, o sacerdote que supervisionou o Dia Mundial da Juventude e seu Caminho da Cruz através das ruas de Toronto, ilustrou como "A Paixão de Cristo", em consonância com a teologia Católico Romana, utiliza conteúdo extra-bíblico para massivamente exagerar o papel de Maria. "Uma cena, em particular, foi muito comovente. Quando Jesus cai no Caminho da Cruz, Há um retrospecto em uma rua de Jerusalém quando criança, e sua mãe corre para fora de casa para pegá-lo. A interação de Maria e Jesus neste filme é comovente, e atinge seu apogeu na cena de Pietá. A Mãe do Senhor está convidando cada um de nós a compartilhar suas dores e observar seu Filho."(9) Este uso de material extra-bíblico, ênfase no sofrimento físico, exagero do papel de Maria, e explícita teologia Católico Romana não deveria contudo surpreender-nos visto que eles são todos marcas registradas da inspiração primária para este filme: A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Deixe-me dar dois exemplos do que eu quero dizer principalmente no que concerne a colocar a dor física em lugar da tão grande agonia de suportar pecados: " ‘Ele não estenderá a si mesmo , mas nós o ajudaremos;' eles acompanharam estas palavras com as mais terríveis pragas e imprecações, e tendo amarrado uma corda em sua perna direita, puxaram-na violentamente até encontrar a madeira e então prenderam-na tão apertada quanto possível. A agonia que Jesus sofreu desta violenta tensão foi indescritível; as palavras ‘Meu Deus, meu Deus,' escaparam de seus lábios, e os executores aumentaram sua dor amarrando seu peito e braços à cruz, menos as mãos que deveriam ser rasgadas pelos cravos." (10) "A hora de nosso Senhor finalmente chegou; seu esforço de morte tinha começado; um doce frio espalhou-se por cada membro. João permanecia aos pés da cruz, e limpou os pés de Jesus com seu escapulário. Madalena estava agachada no chão em um completo delírio de dor atrás da cruz. A Virgem Bendita mantinha-se entre Jesus e o bom ladrão, sustentada por Salomé e Maria de Cleofas, com seus olhos fixos no semblante de seu filho agonizante. Jesus então disse: ‘Está consumado;' e, erguendo sua cabeça, clamou em alta voz, ‘Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.' Estas palavras, que ele pronunciou num som claro e penetrante, ressoaram através do céu e terra; e um momento depois, ele inclinou sua cabeça e entregou o espírito. Eu vi sua alma, sob a aparência de um brilhante meteoro, penetrar a terra aos pés da cruz. João e as santas mulheres caíram prostrados ao chão."(11) O livro de Emmerich está literalmente repleto com cenas como estas acima, e inclui muito dizeres de Jesus extra-bíblicos, os quais a Irmã Anne diz ter pessoalmente ouvido em suas visões. 4) Seu Veículo: Muitos pastores Evangélicos estão aclamando filmes como "A Paixão de Cristo" como parte de um novo e melhor meio de propagar o Evangelho: "Esta é uma oportunidade aberta para nós. Aqui está um cara que está colocando seu dinheiro em um filme que tem tudo para fazer o que nós queremos fazer,"disse o pastor Cory Engel da igreja Harvest Springs Community em Great Falls, Mont. "Igrejas costumam comunicar pelo pequeno tempo de leitura que têm aos domingos pela manhã. As pessoas não interagem de nenhuma outra forma. Aqui está uma chance de usar uma técnica dos dias de hoje para comunicar a verdade da Bíblia," disse o Rev. Engel." (12) É de fato verdade que nós vivemos em uma sociedade altamente visual e crescentemente anti-literária que coloca um prêmio sobre bocados sonoras e facilmente assimila figuras visuais, mas isto significa que nós devemos abandonar a pregação em favor do uso de filmes ou representações dramáticas? Nós precisamos recordar que a ultima vez que as representações dramáticas substituíram a pregação como principal veículo pelo qual a verdade da Bíblia era comunicada foi durante a idade média quando a igreja negou permitira tradução da Bíblia para as línguas populares e quando em lugar da pregação e ensino da palavra de Deus, ao povo comum foram dada representações visuais tais como encenações da Paixão, estátuas, relíquias e ícones. Estas coisas foram desenhadas, na maioria como figuras visuais, para tocar sobre as emoções e estimular a resposta, mas a habilidade para evocar uma resposta emocional através de imagem ou drama não é a mesma coisa que ter sucesso na transmissão o Evangelho. O meio que Deus ordenou para a transmissão do Evangelho, não foi drama, imagem, nem mesmo "leituras" – É a pregação. A pregação envolve a comunicação do Evangelho de um modo que pacientemente corrige, repreende, exorta e ensina (2Timóteo 4.2-4). A bíblia nos ensina a impressionante importância da pregação e porque ela não pode ser substituída por qualquer outro meio: Nós devemos pregar a Palavra de Deus sem considerar o quanto impopular isto seja porque nós somos ordenados a fazer assim: "Prega a palavra, insta, quer seja oportuno quer não, corrige, repreende, exorta, com toda longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceiras nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas."(2 Timóteo 4.2-4) Nós devemos pregar a Palavra de Deus porque ela sempre cumpre o propósito para o qual foi enviada: "Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos que os vossos pensamentos. Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra,e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei." (Isaías 55.9-11). Deus não nos ordena produzir apresentações dramáticas de temas Evangélicos, Ele nos ordena pregar. Embora esta opção estivesse francamente disponível aos apóstolos quando eles trouxeram o Evangelho às cidades com anfiteatros e uma longa tradição no uso da arte dramática para transmitir temas religiosos e morais ao populacho, ele não fizeram assim. A sabedoria da metodologia apostólica tem sido confirmada pelo fato de que foi quando o Evangelho passou a ser transmitido primariamente por encenações e simbolismo que o verdadeiro cristianismo começou a sucumbir sob o peso da superstição. Nós estamos em perigo de retornar precisamente àquele estado de coisas por reviver a metodologia de ensino da igreja medieval. Muito embora tenha sido produzido no século XXI, "A Paixão de Cristo" é idêntica em todos os aspectos críticos às encenações da Paixão da Igreja Católica Romana da Idade Média. 5) Sua Principal Característica: Billy Graham em seu apoio a "A Paixão de Cristo" disse, "Cada vez que eu pregar ou falar sobre a cruz, as coisas que eu vi na tela estarão em minha mente."(13) Isto infelizmente é parte do problema com todas as representações visuais de Jesus. Embora nós possamos intentar que elas tenham somente o papel de ensino, elas inevitavelmente se tornarão parte de nosso culto e adoração. Como resultado do assistir deste filme James Caviezel, o "Jesus" de "A Paixão de Cristo", se tornará a figura de quem milhares sem conta, se não milhões pensarão quando eles cultuarem Jesus Cristo. Fazer isto é cair na armadilha de mudar "a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível" (Romanos 1.23) e violar o segundo Mandamento. Toda representação visual de Jesus é inevitavelmente uma mentira. Há duas razões principais para isto: A primeira razão porque toda representação visual de Jesus é inevitavelmente uma mentira é porque somente o Deus sábio foi grandemente longânimo em não deixar-nos qualquer descrição da aparência física de Seu Filho a fim de que nós não caíssemos no pecado de fazer imagens. Portanto todas nossas representações de Jesus são inevitavelmente especulações baseadas em nosso próprio desejo. Nós criamos uma imagem de Jesus que diz mais sobre o Jesus que nós queremos do que o Jesus a quem Deus enviou. Por exemplo, não é notável que o Jesus de "A Paixão de Cristo", como em quase todas as representações físicas de Cristo, é alto, magro, e bonito? Porque não deveria O Filho de Davi (Lucas 18.38) ter sido um homem relativamente pequeno como seu grande ancestral? Parece nunca ter ocorrido a maioria dos criadores de imagens que Jesus poderia ser relativamente baixo, ou robusto, ou mesmo ter um traço grosseiro. Isto é, a despeito do fato que um dos poucos detalhes que a Bíblia nos dá sobre a aparência de Cristo é que "não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse." (Isaías 53.2b) O fato de nós termo qualquer conceito da aparência Jesus e que o Jesus de Gibson têm a aparência do Jesus tradicional, é um testamento do permanente impacto da iconografia passada. Enquanto o Evangelho propositadamente, omite qualquer descrição de Jesus que nós pudéssemos usar para construir um ídolo. Pessoas têm criado uma imagem de Jesus que tem se tornado quase um padrão industrial, e unicamente por esta razão antes de qualquer base de fato que a audiência teria sido ofendida tivesse Gibson escalado Danny DeVito e não James Caviezel no papel principal. A segunda razão porque todas as representações visuais de Jesus são mentira é que eles nunca podem ter a esperança de representar a glória de Cristo em sua verdadeira natureza. O melhor que uma imagem de Jesus pode fazer é representá-lo como um homem, e conquanto Jesus era verdadeiramente um homem, ele não era meramente um homem. Jesus também era Deus, e nenhum artista ou cineasta que já viveu pode esperar criar uma imagem que capture a verdadeira glória de Jesus como Deus. Conquanto isto possa não parecer um problema para nós, a separação da humanidade de Cristo de sua deidade é realmente uma grave heresia chamada Nestorianismo. Nós não devemos portanto tentar separar o que Deus tem unido eternamente. Pelos primeiros quatro séculos de sua existência a igreja não fez uso de pinturas de Jesus como uma ajuda para o evangelismo. Isto a despeito do fato de que eles estavam trazendo o evangelho para uma cultura altamente visual que sempre usou imagens para transmitir idéias religiosas. Os movimentos iniciais em direção a confecção de pinturas de Cristo foram inicialmente fortemente contestados, e a prática foi formalmente condenada pela igreja até o fim de 753 AD. Infelizmente, uma vez que eles prenderam a imaginação pública, a prática da produção de representações visíveis de Cristo evidenciou-se difícil, se não impossível de ser erradicada e gradualmente, pinturas e representações dramáticas de Jesus se tornaram praticamente lugar comum na igreja. No tempo da Reforma, os Protestantes ostensivamente rejeitaram a prática de confecção de imagens de Jesus como uma clara violação do Segundo Mandamento. Eles também rejeitaram a noção de que tais imagens tinham um papel necessário como "material para leigos" e então provaram aquela noção falsa produzindo gerações de outros Protestantes bem versados na palavra e íntimos com seu Salvador embora eles nunca tenham algum dia possuído ou visto uma representação dele. Melhor do que na representação visual, eles confiaram na pregação da Palavra para salvar almas, e o evangelho fez grandes avanços. Se nós retornarmos ao uso de imagens e começarmos apoiar filmes como "A Paixão de Cristo", nós iremos retornar ao exato estado de coisas que os primeiros Protestantes lutaram e morreram para reformar. Nós não devemos pensar que simplesmente apoiar uma forma de representação visível de Cristo não levará inevitavelmente a outras. Por exemplo, é impossível argumentar coerentemente contra o uso do crucifixo no ensino do Evangelho se nós apoiamos o uso de um filme que retrata a crucificação. Simplesmente porque uma mostra é estática e a outra em movimento, de qualquer jeito não muda seu caráter essencial A Paixão de Cristo é em essência, um crucifixo animado. Concluindo, deixe-me tratar de uma objeção comum, a saber, que nós devemos usar ferramentas como "A Paixão de Cristo" a fim de alcançar o perdido e que se nós não o fizermos estaremos "perdendo uma grande oportunidade." Nós estamos contudo, realmente perdendo uma oportunidade? Se nós estamos convencidos de que usando um filme Católico Romano para apresentar o Evangelho é em essência uma violação da lei de Deus, como poderíamos nós porventura usá-lo? Pecaríamos nós para que a graça possa abundar? Além disso, nós estamos realmente certos de que isto será tão eficaz para salvar almas como nós pensamos? J. Marcellus Kik em seu "Pinturas de Cristo" tratou estas muitas questões e nos deu sábio conselho, que, penso eu, todos os Cristãos fariam bem em prestar atenção: "Mas pode isto não ajudar na salvação de almas, perguntam, mas como? Olhar uma pintura de Cristo pendurado sobre a cruz não me diz nada. Não me diz que Ele foi pendurado ali por pecado. Não me diz que Ele foi pendurado ali por meu pecado. Não me diz que Ele é o Filho de Deus. Somente a Palavra de Deus faz isto. E é a Palavra de Deus que nos tem sido dada para contar a história da salvação através do sangue de Cristo. Não é através de da loucura das pinturas que pecadores são convertidos mas através da loucura da pregação. É surpreendente como lentamente práticas não escriturísticas entraram para a Igreja Cristã. Nós devemos em todo o tempo voltas às Escrituras. A Bíblia é nosso guia infalível. E se nossas práticas e doutrinas não se conformarem com os ensinos das Escrituras então nós devemos eliminá-las. A Bíblia instrui a Igreja a não fazer qualquer imagem de Cristo. As pinturas de Cristo de nossos dias são falsas e nenhuma clamaria seriamente ser parecida com Cristo sobre a terra. Elas separam sua humanidade de sua deidade. Elas fazem de tudo para dar-nos um vislumbre de Sua presente glória. Elas não são perdoadas pelos apóstolos inspirados. Deus ordenou a loucura da pregação para evangelizar o mundo. Ele prometeu assistir a pregação da Palavra com o poder do Espírito Santo. As assim chamadas imagens de Cristo são um obstáculo e uma tentação para idolatria. Deixem-nos limpar o Templo de Deus delas."(14) Talvez "A Paixão de Cristo" proveja os Evangélicos com uma grande oportunidade apesar de tudo. A eles está sendo dada a rara oportunidade de rejeitar os métodos mundanos e re-comissionar a si mesmos ao cumprimento da comissão de Deus para pregar o Evangelho e que esta pregação sempre fará o que Lhe agrada. Esperemos que eles entendam isso. Referências: 1. 13-January-2004 -- EWTNews Featurehttp://www.ewtn.com/vnews/getstory.asp?number=42801 2. "Churches Make 'Stunning' Show of Support for Gibson's 'Passion'" Newsmax (Thursday, Feb. 5, 2004) 3. Interestingly enough, the actual death of Jesus on the cross produced hardly any conversions. It is the preaching of Christ Crucified that has historically been "the best opportunity for evangelism" 4. Papal Praise for "The Passion" "It Is as It Was," John Paul II Says ZENIT (2003-12-18) ttp://www.zenit.org/english/visualizza.phtml?sid=46445 5. "Mel Gibson's 'Christ' Reveals Crucifixion" Newsmax (Sunday, Jan. 25, 2004 ) 6. This is especially true when one considers that all the Gospels were written in Koine Greek the common language of the area and not Aramaic or Latin. 7. "The passion of Mel Gibson" By TERRY MATTINGLY, Scripps Howard News Service, January 21, 2004 8. The Westminster Confession of Faith, Chapter 29.2 9. Father Thomas Rosica on Mel Gibson's "The Passion", National Director of World Youth Day 2002 Weighs in on Film (2004-02-06) http://www.zenit.org/english/visualizza.phtml?sid=48636 10. The Dolorous Passion of Our Lord Jesus Christ, by Sister Anne Catherine Emmerich 11. Ibid. 12. "Churches Make 'Stunning' Show of Support for Gibson's 'Passion'", Newsmax (Thursday, Feb. 5, 2004) 13. "What Others Are Saying" http://www.passionchrist.org/ 14. "Pictures of Christ," by J. Marcellus Kik Por Rev. Andrew J. WebbFonte:www.jesussite.com |
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