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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Provas contundentes do trabalho escravo na China

WSWS : Portuguese Escândalo de trabalho escravo estoura na China Por John Chan 28 de junio de 2007 Utilice esta versión para imprimir | Enviar por email | Comunicar-se com o autor Este artigo foi publicado no WSWS, originalmente em inglês, no dia 22 de junho de 2007. Um escândalo envolvendo a exploração brutal de trabalho escravo na indústria de tijolos da China confirmou mais uma vez o absurdo que é descrever o país como “socialista” ou “comunista”. A mídia chinesa relatou no dia 27 de maio que a polícia havia resgatado 31 trabalhadores escravizados de uma olaria no condado de Hongdong na província de Shanxi. Antes de sua libertação, esses trabalhadores eram forçados a trabalhar 18 horas por dia sem qualquer pagamento sob a vigilância de guardas e cães. Para comer, só lhes davam pão e água. Todos sofriam queimaduras em seus corpos por carregarem tijolos quentes. Oito deles estavam tão perturbados que não conseguiam nem se lembrar de onde eram. Nenhum tinha acesso a banho. O Shanxi Evening News relatou que a sujeira em seus corpos “era tão grossa que poderia ser raspada com uma faca”. O filho de um secretário local do Partido Comunista era dono da olaria. Ambos pai e filho foram detidos. A maioria de seus escravos eram trabalhadores rurais migrantes sequestrados em estações de trem em Zhengzou e Xian, capitais das províncias de Henan e Shaanxi. Um havia sido morto por guardas por trabalhar muito devagar. A batida policial não foi de iniciativa do governo em nenhum nível, mas sim resultado de uma campanha de pais que perderam seus filhos para olarias. No mês passado, eles pressionaram a televisão de Zhangzhou a noticiar a existência de trabalhadores escravos, levando finalmente as autoridades locais a agirem. O escândalo se espalhou depois que 400 pais da província de Henan escreveram um abaixo-assinado na internet, no qual pediam por ajuda a resgatar seus filhos escravizados em várias olarias. Eles alegavam que mil crianças haviam sido sequestradas e vendidas a proprietários privados por quantias tão baixas quanto 500 yuan ou 65 dólares americanos. As crianças eram forçadas a trabalhar 14 horas por dia e algumas tinham somente 8 anos de idade. Algumas haviam se tornado inválidas ou morrido como resultado de trabalho excessivo e abusos. Chai Wei, cujo filho de 17 anos desaparecera em abril em Zhengzhou contou ao jornal Xinjngbao que havia feito buscas em várias dezenas de olarias. “Os lugares onde essas crianças viviam eram piores do que canis. Não havia camas, eles dormiam em tábuas de madeira e as paredes eram cobertas de excrementos. Nós ainda estamos assustados com o que vimos”. Ele disse que a polícia local não ajudava os pais em nada. “Muitos da polícia local são próximos dos donos das olarias e os avisavam com antecedência se algum grupo de busca estava vindo. Nós aprendemos a não confiar neles e a visitar as olarias uma por uma sozinhos.” Dentro de uma semana, o abaixo-assinado tinha sido visto 310.000 vezes no site original. Quando foi colocado no site mais popular Tianya em 7 de junho, foi visto 580.000 vezes dentro de somente 6 dias e atraiu 3.000 comentários. Nas palavras do jornal oficial China Daily, o escândalo “chocou a nação e causou furor entre o público”. O presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao foram obrigados a ordenar o Ministério do Trabalho e da Previdência Social, com assistência do Ministério Público e a central sindical controlada pelo Estado, a lançar uma campanha a servir de exemplo. Até domingo passado à noite, 45.000 policiais haviam revistado 8.000 olarias e pequenas minas de carvão nas províncias de Shanxi e Henan. A operação libertou 591 escravos, incluíndo 51 crianças. No entanto, críticos apontaram que isso era somente a ponta do iceberg. As primeiras 31 vítimas libertadas receberam indenização de somente 1.000 yuan (130 dólares) cada, mais pagamento por seus serviços baseado em um salário mensal de apenas 1.410 yuans (186 dólares). O governo de Hongdong está enviando times ao redor do país para visitar as famílias das vítimas e pedirem desculpas. Até agora, 168 operadores de fábricas ou associados foram presos. No condado de Hongdong, 20 oficiais foram removidos ou estão sob investigação. A polícia está caçando mais 20 pessoas. Como no caso dos desastres das minas de carvão que matam milhares de trabalhadores todo ano, esses oficiais de baixo escalão ou chefes pequenos correm o risco de se tornarem bode expiatório. A verdadeira responsabilidade é da liderança do Partido Comunista Chinês (PCC) e sua política pró-mercado. A pobreza aprofundada força dezenas de milhões de trabalhadores rurais às cidades para servirem como trabalho barato superexplorado. A maioria foi parar em maquiladoras que não se provam muito melhores do que escravidão escancarada. Essa enorme “população flutuante”, por sua vez, cria as bases para o negócio lucrativo do tráfico de humanos, frequentemente com o acordo entre oficiais locais, proprietários e gangues organizadas. A movimentada estação de trem de Zhengzhou, na qual passam 150.000 pessoas por dia, é famosa por ser o centro de comerciantes de escravos. Muitas pessoas foram sequestradas ou atraídas ali com falsas promessas de trabalho e então vendidas como escravas a olarias rurais ou minas de carvão em lugares distantes. Uma vítima de 16 anos de idade, Zhu Guanghui, disse a repórteres que um inspetor local do trabalho o vendeu por 300 yuan (40 dólares). De acordo com o jornal Chongqing Chengbao, 95% de olarias no condado de Hongdong operavam ilegalmente sem aprovação governamental. Devido à crescente demanda por tijolos para suprir o boom nacional na construção, olarias foram montadas por todo interior de Shanxi. Yang Peng, que dirige uma fábrica de tijolos “legal”, disse que o preço do tijolo havia aumentado 150% desde que começou seu negócio muitos anos atrás. “Trabalhadores migrantes são pagos menos do que os da região. Para cortar os custos, chefes de olarias contratam mais e mais migrantes. Para manterem as pessoas trabalhando por um longo período, muitos donos de olarias mantêm os salários atrasados. Os trabalhadores foram frequentemente espancados quando pediram seus pagamentos”, explicou ele. O uso de trabalho escravo é certamente chocante, mas não é um segredo. Muitas olarias, minas de carvão e fábricas, legais e ilegais, vêm usando escravos ou trabalho servil por anos. As leis mínimas de trabalho da China não fazem o menor efeito na operação do mercado de trabalho capitalista. O crescimento frenético do país exige enormes quantidades de tijolos e carvão a baixo preço. A burocracia chinesa, que está atarefada fazendo dinheiro através de suas negociações comerciais, simplesmente fecha seus olhos. Até mesmo a agência oficial de notícias de Xinhua teve que observar no domingo passado: “A razão por que crimes tão flagrantes eram cometidos nas olarias de Shanxi é que homens de negócio junto com oficiais locais trabalhavam como unha e carne.” A preocupação real da liderança do PCC é que se torna cada vez mais difícil manter os trabalhadores comuns na obscuridade de acordo com o estado da sociedade. A abertura da China ao mundo e o crescimento explosivo em tecnologia da comunicação, principalmente a internet, criou canais novos de informação, os quais, apesar dos esforços de Peking, não podem ser completamente controlados. Propaganda estatal bruta, encobertamentos e intimidações não conseguem impedir efetivamente a consciência que avança entre camadas de trabalhadores e da juventude. Oficiais chineses de propaganda teriam ordenado web sites a editarem e cortarem comentários que fossem politcamente hostis. Mas foi impossível censurar completamente o profundo ódio e o desgosto gerados pela exploração de trabalho escravo, assim como a hostilidade mais geral às relações capitalistas e o enorme abismo social entre os ricos e os pobres do país. Em resposta ao site estatal People’s Daily, alguém simplesmente citou uma frase famosa de Marx: “o capital, ao surgir, escorrem-lhe sangue e sujeira por todos os poros, da cabeça aos pés.” Outro escreveu: “Shanxi é o microcosmo do país inteiro, uma vez que os ricos vivem no paraíso enquanto os pobres estão no inferno.” E outro observou: “O mal é a propriedade privada.” Alguns dos bloggers reivindicaram que os chefes corruptos do partido fossem executados em vez de simplesmente demitidos. Um artigo postado sobre o nome assinado de Yundan Shiunuan denunciava raivosamente a “nova elite social”, explicando que os donos de olarias rurais eram apenas a camada inferior de uma classe capitalista emergente. A elite mais poderosa nas cidades acumulou suas riquezas saqueando as empresas estatais ou especulando na bolsa de valores, o que não foi tão diferente dos operadores de olarias. “Comparados à ‘elegância’, ‘cultura’, e até mesmo ‘filantropia’ da camada superior, os de baixo quiseram subir a escada radicalmente, mas são bloqueados por seus recursos, localização geográfica e energia limitada. Portanto, sua acumulação de riquezas é mais bárbara e brutal, e, em contraste com a hipocrisia no topo, é mais escancarada”, declarou Yundan Shiunuan. “Marx [na realidade foi Engels] disse certa vez: ‘Para a burguesia, nada mais existe neste mundo, a não ser que pelo propósito do dinheiro, este mesmo não exluído. Não conhece felicidade que não a do ganho rápido, não conhece dor que não a de perder dinheiro. Na presença dessa avareza e ganância por ganhos, não é possível para sentimento humano algum se manter incorrupto.’ Para obter lucros, toda a elite não conhece nenhuma outra dor, ou mesmo que conhecesse, ela prossegue.” O artigo primeiro da constituição chinesa ainda declara que o Estado é “dirigido pela classe trabalhadora e baseado na aliança entre operários e camponeses. O sistema socialista é o sistema básico da República Popular da China.” Tal afirmação sempre foi uma mentira. Mas a operação desenfreada do mercado nos últimos 25 anos e a transformação da china em uma grande maquiladora para as corporações mundiais produziram todas as barbaridades do capitalismo, incluindo-se as formas mais primitivas de acumulação. Chamar a isso de socialismo e descrever a China como um Estado operário é uma paródia política grotesca.

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